Oswaldo Montenegro com a peça “Filhos do Brasil”

A Cia. Mulungo surgiu em 2008 quando Oswaldo Montenegro decidiu retomar o hábito de montar musicais. Entre mais de mil artistas vindos de todos os cantos do país, o cantor e compositor pinçou os mais desprendidos e montou sua nova companhia, esta que agora traz à cartaz “Filhos do Brasil”. Com estreia prevista para 4 de setembro (sábado), o espetáculo expõe o trabalhador rural e o artista hip hop paulista, debate a festa junina do interior e o funk carioca, e ressalta a pureza das meninas da cidade pequena e a ânsia da mulher do pescador que espera pelo retorno de seu homem. Com muito humor, graça, delicadeza, permeados por muita cor e sensibilidade, esses dez atores-músicos-bailarinos-cantores da Cia. Mulungo podem ser vistos no Teatro do Jockey até 25 de outubro.

A criação e concepção da peça e de grande parte das músicas da trilha sonora é do Menestrel, que dedicou o pouco tempo que sobra, quando não está fazendo shows, ao textos, melodias, letras, harmonias e, claro, na melhoria do trabalho de atuação dos jovens artistas. Algumas canções surgiram da inspiração desses integrantes do elenco, durante os ensaios e reuniões. A flautista Madalena Salles é assistente de direção de Oswaldo neste grande projeto.

Parte do grupo participou, no ano passado, das filmagens de “Léo e Bia”, primeiro longa-metragem dirigido por Oswaldo Montenegro, baseado em um dos seus musicais mais famosos. De dezembro de 2008 a março deste ano, os integrantes da companhia (já completa) comandaram o Canjas, uma espécie de ensaio de cenas e músicas – aberto a um público restrito de amigos e/ou amigos de amigos – no qual todos os atores e cantores da companhia mostravam seu trabalho em forma de… canja. Com apresentação de canções, esquetes, cordéis e números de dança, lotaram o estúdio Ecosom, em Botafogo, todas as segundas-feiras da temporada. “Filhos do Brasil” é o primeiro espetáculo e é também a grande estreia da Cia. Mulungo, cujo nome foi retirado de um dialeto africano: “mulungo” significa “amigo, companheiro do mesmo barco”. E é assim que esses jovens artistas se sentem.

“Mulungo encaixa-se perfeitamente à nossa companhia, não pela dor de nossos ancestrais, mas por serem dez jovens artistas que até bem pouco tempo não se conheciam, mas, hoje, estão navegando juntos para novos caminhos”, comenta Madalena Salles, assistente de direção de Oswaldo Montenegro na peça.

A Cia. Mulungo reúne dois baianos, um tocantinense, um mineiro, uma gaúcha, uma brasiliense, quatro cariocas e muito mais. Todos têm experiência ou na música ou no teatro. Por conta dessa mistura, as influências são as mais variadas possíveis, tanto no sotaque quanto no som.

A trilha passa por ritmos nordestinos, como baião, e côco, e pelo rock n’roll, juntando Beatles com Alceu Valença e passeando até o samba carioca. As letras e melodias também demonstram a riqueza cultural do Brasil, indo desde o repente nordestino, passando pelo rap do subúrbio paulista, chegando às canções de trabalho e rituais do interior do país. Sem falar nos textos, baseados em literatura de cordel e “causos” da região central brasileira, e nos instrumentos usados: desde guitarras até flautas de nariz. Todos esses elementos são usados para contar as histórias desses “Filhos do Brasil”.

O elenco gravou, também sob direção de Oswaldo Montenegro, um CD com a trilha do espetáculo (essa composta pelo Menestrel e pelos integrantes da trupe). O premiado artista plástico Mello Menezes assina toda a arte gráfica e visual do espetáculo.

SERVIÇO:
Peça “Filhos do Brasil”
Teatro da UFPE
Campus universitário, Recife
Horário - 21:00

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